segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Releitura: 6 dicas para aproveitar ao máximo


Já conversamos aqui no blog sobre a importância de ler com qualidade, independente do quanto você leia. Parece meio óbvio, porém é bom nos lembrar disso quando estamos em meio ao universo de produção de conteúdo ou compartilhamento. Hoje, quero abrir a discussão sobre as releituras.

Tecnicamente falando, existem livros melhores do que outros, sim. Subjetivamente e para inspirar outras pessoas a criar este hábito podemos relevar este fato porque ambos podem te acrescentar alguma coisa visto de diversos ângulos - informações históricas contidas, um personagem que ensinou algo, representatividade cultural, um(a) autor(a) com uma trajetória de vida incrível, apego emocional - logo, cada (re)leitura tem um papel. Porque se a intenção é conhecer a história de novo, e nenhuma experiência é igual a outra, objetivos e relações diferentes vão acontecer, mesmo sendo uma trama repetida. Por exemplo, já li Percy Jackson diversas vezes: cada momento encontro um novo detalhe, faço uma nova teoria sobre um personagem. Não tenho conhecimentos técnicos, mas a minha releitura foi puramente afetiva e o meu propósito alcançado.

Então, quando ouço alguém falando que deixou de gostar de um livro porque o releu penso que pode estar tudo bem, pois o propósito era "checar a técnica" após um tempo de experiência como leitor, como pode estar tudo mal, porque o propósito de apenas "sentir de novo" foi perdido. 

E sabe por que isso é importante? Porque a chance de errado é grande. Se a leitura é um caminho com desenvolvimento de início, meio e fim e uma etapa foi retirada, não haverá novidade. Você já sabe o desfecho da trama, lembre-se disso. Quando pegamos um livro pela primeira vez há expectativa de ser bom e muitos desistem caso ela não seja correspondida. A preocupação aqui é a mesma: ser bom, apesar dessas questões mais específicas. 

Reler é uma experiência interessante. Você se conhece como leitor, ganha intimidade com o livro. Não há pressa em acabar pra descobrir, há calma para desfrutar.

Por isso, resolvi dar algumas dicas:

1. Escolha com sabedoria o livro e a sua intenção. 
Pra exemplificar: ao ler Orgulho e Preconceito pela segunda vez minha intenção era entender melhor os diálogos e aproveitar mais a escrita da Jane Austen, porque da primeira vez uma das minhas curiosidades era ver se estava igual no filme e acabei correndo demais.

2. Não demore muito. Há momentos em que ao terminar um livro você já sente que vai precisar ler de novo.
Pra exemplificar: em 2015, li Magnus Chase e a Espada do Verão, e apesar do choque com a quantidade de informações sobre a mitologia nórdica, consegui fazer diversas considerações. Na #MLI2017 fiz uma releitura pra me reaproximar da mitologia, porém funcionou mais ou menos, porque todas as outras considerações eu havia esquecido, inclusive muitas coisas da própria história.

3. Sabe outro idioma? Procure a história nele. Uma forma de treinar e colocar o "fator novidade" de volta

4. Textos de apoio. Essa prática se tornou conhecida pra mim com a Tatiana Feltrin, pois nos vídeos dela envolvendo livros complexos, com cargas históricas ou com peculiaridades na tradução, têm indicações dela de textos que abrem os horizontes sobre os assuntos.
Pra exemplificar: normalmente, quem tem o hábito de estudar a bíblia procura traduções distintas, comentaristas, faz anotações. É o mesmo raciocínio.

5. Releia livros que foram obrigatórios e que você não gostou. Esta dica é pra quem já se acostumou com a releitura e quer testar seu amadurecimento como leitor, pois pegar algo que você não gostou é sempre complicado.
Pra exemplificar: no 6° ano, eu tinha 10. Uma professora de português passou O santo e a porca, de Ariano Suassuna. Odiei a história com todas as minhas forças durante muitos anos. Até que numa maratona do ano passado o peguei pra reler e se tornou um dos melhores livros de 2016. Sou uma leitora diferente do que em 2010, simples assim.

6. Não se preocupe com os números
Quem ama ler pode pensar: que vida pequena pra tantos livros! Mas se a qualidade importa mais que a quantidade, investir mais algum tempo em alguma obra pode ser mais bacana do que pegar uma inédita. Pense nisso!

Espero ter incentivado você a fazer alguma releitura pendente ou testá-la de uma forma nova. Quero ler a opinião de vocês sobre, hein!

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