terça-feira, 1 de agosto de 2017

Resenha: Os últimos dias de Krypton

Esta leitura foi antes da maratona, mas tão importante quanto a do período citado. Durou mais que o normal, por conciliar com leituras obrigatórias e as aulas. Além da trilogia Thrawn, foi meu contato com a literatura de ficção científica/fantasia em 2017.



Preciso comentar a edição. Com uma guarda verde-fluorescente - o que achei bem apropriado - e início de capítulos caprichados. Os intervalos no meio da história tem suas separações como se fossem os "brasões" das famílias krypronianas. Há também uma pequena nota e um prefácio sobre o autor e a história no cenário da ficção científica como um todo.


Antes do já conhecido Homem de Aço e o que aconteceu para que ele estivesse entre nós, Krypton tinha vida. Um governo, interesses, um ecossistema diverso, famílias importantes e influentes. Para um planeta ser destruído, não basta apenas explosões. É necessário grandes eventos - inevitáveis ou causados por uma busca incessante de poder  - em que surgem alguns dispostos a tentar salvar os outros (ou não).

Levei certo tempo para entrar no ritmo da história. São muitos personagens, e tratando da ampliação de um universo, é uma escrita mais lenta. Detalhismo na medida certa, tanto do planeta, como das relações familiares. A impressão que tive é que o autor tinha consciência do prévio conhecimento público da história, mesmo os menos aprofundados no assunto.

Ele não enrolou para chegar onde precisava, mas também não deixou que os personagens ficassem sem personalidade, o que foi muito importante. Estamos lendo por causa do Super Homem, mas não queremos ficar em sua sombra. Queremos conhecer sua família e entender de onde vem a sabedoria dos cristais da Fortaleza da Solidão, seu futuro vilão - desde já maquiavélico, - buscando seu posto de General. Para quem teve contato com a série Supergirl é interessante a mesclagem do imaginário que pode-se fazer.

Ele está te observando lendo essas coisas desse kryotoniano metido, hein


Minhas únicas ressalvas foram o tom apocalíptico repetitivo. Há um momento em que você pensa: "outra catástrofe, cara?", mas logo equilibrava com a ideia de que se fosse apenas um grande evento talvez ficasse raso ou exagerado. Além disso, estamos lendo um livro baseado no universo das histórias em quadrinho heroicas. Não dá pra pedir algo normal, certo? Outra ressalva é que a concepção "somos mais evoluídos porque temos essa tecnologia" ou "para evoluir ainda mais precisamos abrir os horizontes tecnológicos" acompanha toda a trama. Em tempos de aquecimento global e destruição contante do nosso ecossistema, isso cansa. Esta postura estava pouquíssimo ligada a destruição de Krypton, pelo contrário, está normalmente ligada a esperança. Há catalizadores muito mais desenvolvidos aqui que abafam uma possível tentativa de crítica ao nosso modo de vida. 
"Essa ameaça é fruto da sua imaginação... ou pior, um plano para desviar a minha atenção a fim de que a rebelião de seu irmão possa ganhar força." (p.368)
No geral, uma leitura que cativa fãs e pode criar mais alguns. Não precisa ser expert na DC Comics para ter sua curiosidade alimentada ao longo da leitura. Uma história rica e com gostinho de quero mais. Sendo nerd de carteirinha, o livro me deixou com ainda mais vontade de ter contato com as HQ's do Kal-El.

 

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