sexta-feira, 7 de julho de 2017

Memória


Revisitar. A memória não é o passado que ecoa na sua mente, mas sim como você dá o microfone para as vozes que pedem a vez. É bom comparar as coisas com a música porque ela tem movimento, mesmo lento ou rápido, curto ou longo. E uma canção também pode ser mal interpretada, quanto um cantor coloca mil efeitos, porém analisassem veriam que existe pouca substância ou pouca coisa trabalhada de verdade na obra. 

A memória é assim: possui camadas e expectativas. Sim, podemos colocar sobre ela detalhes que são bem diferentes do que realmente aconteceu. Esperar uma resposta de uma pergunta que nunca foi feita, eu diria. E a espera nos impossibilita de avançar. Quando há um atraso a última coisa que alguém quer é ter que depender de uma carona pra alcançar o destino esperado. Estas circunstâncias nos inspiram de maneiras diferentes e nos guiam tanto para explicações simples ou para voltas e mais voltas antes do que realmente se precisa. 

Depositamos parte do que somos em momentos, pessoas e coisas. A necessidade de existir para os outros, ou simplesmente a exposição que comprova a existência. As nossas lembranças são no mínimo parecidas com aquilo que temos colocado na vitrine? A esperança de uma resposta afirmativa nos lembra da importância do equilíbrio, pois depender de uma estabilidade de um exterior que chove a qualquer momento é depender que um guarda-chuva esteja sempre na bolsa, e agendas com lembretes também podem se perder. "Eu sei em quem tenho crido e estou certa de que Ele é poderoso."

Memórias são construídas de momentos e eu quero usar as peças certas pra fazer isso, depositar confiança em materiais duradouros e equipes coesas de trabalho pra exercer esta tarefa. Que no meu fone de ouvido estejam tocando obras complexas na medida certa e com espaço pra uma interpretação que não atrase minha preparação pra próxima faixa.

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